Resumo O consumo de energia elétrica pelo setor residencial no Brasil tem apresentado crescimento acelerado nas últimas décadas, significando espaço potencial para ampliar as medidas de eficiência energética. No entanto, a dimensão do setor e sua estreita relação com os processos econômicos, culturais e demográficos tornam complexa a compreensão dos padrões do consumo, criando desafios adicionais as políticas energéticas. Esse estudo analisou e decompôs o consumo residencial de energia elétrica do Brasil, entre os anos 2000 e 2018, por fatores direcionadores através do método LMDI e do índice IDA, em nível regional. Todos os dados foram obtidos através de fontes oficiais do país. Os principais resultados obtidos foram: (i) o crescimento do número de domicílios foi reconhecido como um dos maiores impulsionadores do crescimento do consumo; (ii) a renda domiciliar mostrou não possuir controle sobre o consumo nas regiões de clima quente, exceto nos domicílios de baixa renda; (iii) a tarifa mostrou impor restrição no consumo, principalmente nos domicílios de baixa renda. De forma inédita, os resultados mostraram que o consumo residencial de energia elétrica no Brasil varia com a idade da população, havendo tendência de crescimento do consumo até 59 anos de idade, e uma brusca redução a partir de 60 anos de idade. O estudo apresenta oportunidades a serem contempladas em pesquisas, e nas políticas energéticas.
Abstract Residential electricity consumption in Brazil has been growing during the last few decades, creating a potential opportunity to expand energy efficiency measures. However, the dimension of the sector and its closed relationship with the economic, cultural, and demographic processes causes a certain complexity in the understanding of patterns of consumption, creating additional challenges to energy policies. This study analyzed and decomposed the Brazilian residential electricity consumption between the years of 2000 and 2018, by driving factors through the LMDI-I method and IDA index, on regional level. All the data were obtained by official sources in the country. The main results obtained were: (i) the increase of household numbers was found to be one of the main drivers of consumption growth; (ii) household income showed no control over consumption in hot climate regions, except in low- income households; (iii) tariff showed to impose restrictions on consumption, also mainly in low-income households. Unprecedentedly, the results showed that the electricity consumption in Brazil varies with population age, with a trend of consumption growth up to the age 59, and a sharp reduction from the age of 60. The study presents opportunities to be contemplated in research and in energy policies.